sábado, 9 de abril de 2016


Paradoxo da inesperabilidade

Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que nos atraísse, nada em sua aparência para que o desejássemos. Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de tristeza e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima. Isaías 53:2, 3


O orgulho, às vezes, tem que tirar o chapéu para a humildade, o ceticismo é obrigado a se curvar diante do incrível, a rotina é surpreendida pelo imprevisível. “De onde menos se espera, daí é que não sai nada”, disse o humorista Barão de Itararé. Contudo, de onde menos se espera pode vir o inesperado. É delicioso quando alguém por quem não se dá nada vira a expectativa ao avesso. Afinal, por que a altura, a força, a aparência, a riqueza e o poder têm que ganhar sempre?
O “paradoxo da inesperabilidade” ocorre quando o menino magricela que está no banco de reserva entra em campo, sai driblando todo mundo, dá um chapéu no zagueiro grandalhão e completa a jogada com um gol de placa. Ou mesmo quando alguém como o desconhecido Paul Potts, dente quebrado, canta uma ária num programa de TV, mostra um timbre de voz excepcional, surpreende o júri e vence a competição.
Porém, acima de qualquer fato inesperado está a figura do Messias sofredor. Sendo singular, veio como alguém comum; sendo rico, veio como pobre; sendo rei, veio como servo. Filho de Deus em forma humana, ele não apareceu com o perfil de um líder imponente, um magnata endinheirado, um modelo de beleza. Não usou nenhum esplendor espetaculoso para capturar nossa admiração. Sua grandeza estava oculta aos olhares superficiais. A elite judaica o desprezou, o que significa que a sociedade influente não viu mérito nele. As pessoas preferiam não notá-lo, como se fosse ninguém. Solitário, incompreendido, usando métodos não ortodoxos, ele fugiu ao roteiro idealizado para o Messias. Quem poderia imaginar que ele seria assim?
No entanto, esse personagem rejeitado trouxe luz com um brilho inigualável para um planeta em trevas, mostrou amor em uma magnitude desconhecida num mundo sem graça, revelou o valor inestimável de pessoas sem importância. O homem que morreu como se fosse indefeso era o mais poderoso de todos. O guerreiro ferido na maior de todas as batalhas estava ali para oferecer a vitória aos derrotados. Inesperadamente, o Messias era Deus entre os homens, e não tínhamos percebido.
Ao contemplar essa figura de Isaías 53, deixe o “paradoxo da inesperabilidade” se manifestar diante de você. Em vez de desviar o rosto e rejeitar Jesus, olhe para ele. Você será surpreendido pelo inesperado.