Solidão é tema de espetáculo
Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
Com direção de Daniel Dias da Silva, o espetáculo encenado por Wilmar Amaral discute sobre a sensação de isolamento humano em meio à multidão. "A solidão é inerente ao ser humano por mais que esteja cercado de pessoas que o amam", acredita o ator de 72 anos.
Três clássicos ganharam adaptação para o teatro. São os contos: "O Avô e o Netinho" (Maksim Gorki), "O Arco" (Fiódor Sologub) e "Angústia" (Anton Tchekov). Em comum com Amaral, os personagens têm a faixa etária. "São velhos miseráveis que vivem na Rússia da época dos czares. Enquanto a realeza nadava em exageros, as classes mais baixas eram pisadas, desprezadas", compara o intérprete.
São histórias simples, retiradas de cenas cotidianas, a começar pela obra "O Avô e o Neto". "Um mendigo tuberculoso perambula pelo interior da Rússia acompanhado pelo neto doente. Sabendo que a própria morte está próxima, ele fica desesperado, mas não consigo. É por não saber como será o futuro da criança", conta.
Na sequência, ganha o palco a trama de "O Arco". Sozinho na praça, um velho começa a contar uma história para as pessoas que possam estar ao lado. "É a história de um amigo que teve a alegria de ver um gesto de ternura entre mãe e criança, situação que transformou a sua vida", adianta o ator.
Por fim, "Angústia" narra a história de um cocheiro que tenta encontrar alguém para ouvir o que precisa muito falar, mas ele não consegue. "Todos são personagens de uma humanidade maravilhosa", diz Wilmar Amaral.
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