Dois rapazes moravam na mesma fazenda quando o pai morreu. O que era solteiro
ficou morando na casa em que o pai morreu. O casado morava na casa ao lado. Eles
tinham uma plantação imensa de arroz e um celeiro em comum, e combinaram de
trabalhar juntos e dividir tudo. Colheram dezenas de sacos de arroz, metade para um e
metade para o outro, e assim fizeram dois celeiros. Fizeram uma boa colheita, estavam
com os depósitos cheios. No final da tarde, o irmão solteiro começou a pensar que
aquela divisão não estava certa. Pensava: “Eu sou solteiro e meu irmão é casado, tem
mulher e filhos. Ele precisa de mais arroz que eu, pois sou sozinho.” À noite, ele se
levantou, foi ao celeiro dele, pegou um saco de arroz, escondido, e colocou no celeiro
do irmão.
O irmão acordou na manhã seguinte e começou a pensar: “Essa divisão não está justa,
pois sou casado, tenho minha mulher e meus filhos. E eles vão crescer e poderão me
ajudar. Mas meu irmão, coitado, ele é sozinho. E se ele não casar, não vai ter ninguém
por ele. O certo é ele ganhar uma parte a mais que eu.” Levantou, foi ao seu celeiro,
pegou um saco de arroz e colocou no celeiro do irmão. E assim foram vivendo: a cada
colheita, um levava uma parte a mais para o outro. Só não entendiam como é que
sempre ficava a mesma quantidade para cada um.
Uma bela noite, o relógio biológico se confundiu. Horário de verão e os dois se
levantaram na mesma hora e se encontram no meio do caminho. Um olhou para o
outro. Colocaram o arroz no chão, se abraçaram, e choraram. A partir daquele dia,
fizeram um único celeiro.
É preciso partilhar os dons, é preciso dinamizar. Para quem pensa só em si resta
somente a estagnação. É preciso frutificar os dons.
Peça ao Senhor a graça de fazer a experiência do amor infinito, que divide, que cura e
transforma sua história.
Dá-me, Senhor, a graça de aprender partilhar. Amém.