segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Álcool provoca morte de indígenas

Álcool provoca morte de indígenas

Por racismoambiental,

Duas mortes de índios bororos por afogamento no mês de dezembro, ocasionadas por ingestão de álcool, voltaram a levantar discussões sobre a problemática do consumo de álcool e a precariedade no atendimento à saúde indígena na região de Rondonópolis. Segundo a Fundação Nacional do Índio em Rondonópolis (Funai), o alcoolismo tem provocado acidentes preocupantes entre os bororos. Além dos dois casos de afogamento, brigas e espancamentos de índios na cidade estão se tornando frequentes.

De acordo com o professor da Universidade Federal de Mato Grosso, o sociólogo Paulo Isaac, falta planejamento no atendimento à saúde indígena em Rondonópolis, o que tem agravado situações como o elevado consumo de álcool entre os bororos nos últimos dois anos. “O atendimento à saúde está sem planejamento, falta saneamento básico nas aldeias e, no caso da Tadarimana, falta até mesmo água potável”.

O coordenador técnico da Funai da Aldeia Tadarimana, Antonio Jukureakireu, concorda com a situação precária no atendimento à saúde e explica que o projeto desenvolvido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para combate ao alcoolismo não tem funcionado. “Dos quase 30 índios em tratamento, somente seis conseguiram abandonar o álcool. Os demais têm fortes recaídas”, afirma.

Nos últimos meses, destaca Jukureakireu, vários episódios de violência aconteceram envolvendo índios da Tadarimana. “Muitos vêm para a cidade, bebem e acabam dormindo nas ruas, se envolvendo em brigas e sendo espancados por outros moradores de rua. Vários casos já foram relatados à Polícia Civil”.

Além disso, conforme informações da Funai em Rondonópolis e da Funasa, as mortes de dois índios por afogamento, uma no dia 16 de dezembro no rio Tatarumã e outra no dia 26 de dezembro, no rio Vermelho, a 15 quilômetros da Aldeia Tadarimana, estão relacionadas com o excessivo consumo de álcool. Para a técnica para saúde mental da Funasa, Danielle Espanhol Ribeiro, que é responsável pelo programa de combate ao alcoolismo do órgão, o consumo excessivo de álcool entre os bororos é considerado como uma questão histórica.

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=376633