quarta-feira, 29 de junho de 2011

‘Fechamento de 24 mil escolas do campo é retrocesso’

‘Fechamento de 24 mil escolas do campo é retrocesso’

MST
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Brasil

Adital



Criança na Escola Oziel Pereira e Roça Gouveia, no
assentamento 17 de abril, em Eldorado dos Carajás,
no Pará. (Foto: Nina Fideles)

Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST

Mais de 24 mil escolas no campo brasileiro foram fechadas no meio rural desde 2002. O fechamento dessas escolas demonstra o drástico problema na vida educacional no Brasil, especialmente no meio rural.

Após décadas de lutas por conquistas no âmbito educacional, cujas reivindicações foram atendidas em parte -o que permitiu a consolidação da pauta– o fechamento das escolas vai no sentido contrário do que parecia cristalizado.

Nesse quadro, o MST lançou a Campanha Nacional contra o Fechamento de Escolas do Campo, que pretende fazer o debate sobre a educação do campo com o conjunto da sociedade, articular diversos setores contra esses retrocessos e denunciar a continuidade dessa política.

"O fechamento das escolas no campo nos remete a olhar com profundidade que o que está em jogo é algo maior, relacionado às disputas de projetos de campo. Os governos têm demonstrado cada vez mais a clara opção pela agricultura de negócio –o agronegócio– que tem em sua lógica de funcionamento pensar num campo sem gente e, por conseguinte, um campo sem cultura e sem escola”, afirma Erivan Hilário, do Setor de Educação do MST.

Essas escolas foram fechadas por estados e os municípios, mas o Ministério da Educação também tem responsabilidade. "Não se tem, por exemplo, critérios claros que determine o fechamento de escolas, que explicitem os motivos pelos quais se fecham, ou em que medida se pode ou não fechar uma escola no campo", aponta Erivan.

Ele apresenta um panorama do atual momento pelo qual passa a educação do campo, apontando desafios, lutas e propostas. Abaixo, leia a entrevista.

Como se encontra a educação no campo brasileiro, de um modo geral?

Vive momentos bastantes contraditórios. Se por um lado, na última década, avançou do ponto de vista de algumas conquistas e iniciativas significativas no campo educacional, como no caso da legislação e das políticas públicas –a exemplo das diretrizes operacionais para educação básica nas escolas do campo, aprovada em 2002, e tantas outras resoluções do conselho nacional, como o custo aluno diferenciado para o campo e as licenciaturas em Educação do Campo- por outro percebemos que os fechamentos das escolas no campo caminham na contramão desses avanços, conforme demonstram vários dados das próprias instituições do governo.

Desde 2002 até 2009, foram fechadas mais de 24 mil escolas no campo. Com isso, voltamos ao início da construção do que hoje chamamos de Educação do Campo, que foi a luta dos movimentos sociais organizados no campo, mais particularmente, o MST, contra a política neoliberal de fechamento das escolas.

A que se deve o fechamento das escolas no campo?

O fechamento das escolas no campo nos remete a olhar com profundidade que o que está em jogo é algo maior, relacionado às disputas de projetos de campo. Os governos têm demonstrado cada vez mais a clara opção pela agricultura de negócio –o agronegócio– que tem em sua lógica de funcionamento pensar num campo sem gente e, por conseguinte, um campo sem cultura e sem escola.

Nesse sentido, os camponeses e os pequenos agricultores têm resistido contra esse modelo que concentra cada vez mais terras e riqueza, com base na produção que tem como finalidade o lucro. Nessa lógica, os camponeses são considerados como "atraso”. Por isso, lutar contra o fechamento das escolas tem se constituído como expressão de luta dos camponeses, de comunidades contra a lógica desse modelo capitalista neoliberal para o campo.

Quais os objetivos da Campanha Nacional contra os Fechamentos das Escolas do Campo?

O primeiro grande objetivo é fazermos um amplo debate com a sociedade, tendo em vista a educação como um direito elementar, consolidado, na perspectiva de que todos possam ter acesso. O que precisamos fazer é justamente frear esse movimento que tem acontecido, do fechamento das escolas do campo, sobretudo, no âmbito dos municípios e dos estados.

Pensar isso significa garantir esse direito tão consolidado no imaginário social, como uma conquista social à educação, garantir que as crianças e os jovens possam se apropriar do conhecimento historicamente acumulado pela humanidade, que esse conhecimento esteja vinculado com sua prática social e que, sobretudo, esse conhecimento seja um mecanismo de transformação da vida, de transformação para que ela seja cada vez mais plena, cada vez mais solidária e humana.

Colado a isso, temos que fazer esse debate da educação como um direito básico, e que nós não podemos -do ponto de vista da sociedade- dar passos para trás nesse sentido, ao negar esse direito historicamente consolidado.

A educação do campo nasce como uma crítica a situação da educação brasileira no campo. E essa situação na época revelava justamente o fechamento das escolas no campo e o deslocamento das crianças, de jovens e de adultos do campo para a cidade.

Qual o significado do fechamento dessas escolas?

Passado mais de 12 anos do que chamamos de educação do campo, dentro dessa articulação que foi surgindo pela garantia de direitos, de crítica à situação do campo brasileiro, vemos esse movimento na contramão, mesmo já tendo conquistado várias políticas públicas no âmbito educacional. É preciso que não percamos de vista essa luta pela educação no campo. Essa luta passa, essencialmente, pela defesa de melhores condições de trabalho, das condições das estruturas físicas das escolas e pela conquista de mais escolas para atender a grande demanda do campo brasileiro.

A região Nordeste representou mais da metade do total de estabelecimentos fechado nos últimos anos. Por quê?

No Nordeste é onde ainda está concentrada a maior parte da população no campo. Por isso, é maior o impacto nessa região. A exemplo, a maioria das famílias em projetos de assentamentos de Reforma Agrária está no Nordeste. É onde se fecha mais escola e continua sendo uma região que apresenta baixos níveis de escolaridade da população no quadro geral brasileiro.

A educação é um direito básico que está consolidado no imaginário popular como conquista dos movimentos sociais, da população brasileira, mas tem sido negado. Isso configura um retrocesso histórico em meio aos avanços tidos no âmbito educacional, a exemplo das resoluções do Conselho Nacional de Educação, que assegura que os anos iniciais do ensino fundamental sejam ofertados nas comunidades.

No caso dos anos finais, caso as crianças e jovens tenham que se deslocar, que consigam ir para outras comunidades no próprio campo -o que chamam de intracampo-, mas somente após uma ampla consulta e debate com os movimentos sociais e as comunidades.

Como trabalhar essa questão nacionalmente tendo em vista que a maioria das escolas que foram fechadas é de responsabilidade dos municípios?

Os dados de fato apontam que são os estados e os municípios que tem fechado.Não poderia ser diferente, já que são estes entes federados que ofertam de maneira geral a educação básica nesse país, cada qual assumindo suas responsabilidades.

Em geral, os municípios têm assumido a educação infantil e o ensino fundamental, e tem ficado cada vez mais para os estados a responsabilidade sobre o ensino médio. O Ministério da Educação tem também responsabilidade pelo fechamento dessas escolas, até porque estamos falando de um espaço de Estado que é a expressão máxima de instituição responsável pela educação no país.

Não se tem, por exemplo, critérios claros que determine o fechamento de escolas, que explicitem os motivos pelos quais é fechada, ou, em que medida se pode ou não fechar uma escola no campo.

A escola em um determinado município faz parte de uma rede maior que são as escolas públicas brasileiras. É nessa visão de país que temos que pensar. É preciso garantir que a população do campo tenha acesso ao conhecimento elaborado e que este acesso seja possível no território em que eles vivem.

De qual maneira a luta pela Reforma Agrária se alinha com a luta pela educação?

Quando falamos de luta pela Reforma Agrária, estamos nos referindo a uma luta pela conquista de direitos como o da terra e as condições necessárias para trabalhar e viver, como o direito à educação. Com isso, vinculamos permanentemente à questão do processo educacional à Reforma Agrária, pois pensar um projeto de campo e de país, fundamentalmente, passa também por pensar um projeto de educação.

A história do nosso movimento demonstra que é necessário fazer a luta pela terra paralelamente à luta por outros direitos, como educação, cultura, comunicação. Viver no campo é exigir cada vez mais conhecimento – saber elaborado – para poder viver bem e melhor, cuidando da terra e da natureza e cultivando alimentos saudáveis para toda a sociedade brasileira.

Quais são as propostas do MST para a educação do campo?

Primeiro, que o direito à educação deixe de ser apenas um direito formal, que seja direito real das pessoas que vivem no campo, no sentido de terem em seus territórios acesso à educação e à escola tão necessária e importante como para os que vivem na cidade.

O acesso ao conhecimento não deve ser moeda de troca, em que os que necessitam tenham que comprar, algo tão fortemente presenciado na educação privada. Que possamos seguir lutando para que nenhuma outra escola seja fechada no campo ou na cidade. Temos que seguir lutando cada vez mais para garantir na realidade questões como a ampliação e construção de mais escolas no campo; com acesso a toda educação básica e suas modalidades de ensino; acesso à ciência e à tecnologia, vinculados aos processos de produção da vida social no campo e seus diversos territórios camponeses, de pequenos agricultores.

Além disso, lutamos para assegurar a formação inicial e continuada dos educadores nas diversas áreas do conhecimento para atuação na educação básica, uma vez que são mais de 200 mil educadores no campo sem formação superior; garantir educação profissional técnica de nível e superior; e que se efetive uma política pública com a participação efetiva das comunidades camponesas, dos movimentos sociais do campo.

Qual a importância de que essas escolas sejam voltadas para o campo? Ou seja, que sejam escolas do campo?

Estamos falando de um princípio básico que é da produção da existência dos sujeitos do campo. Os camponeses, os trabalhadores rurais, produzem resistência nesse espaço, nesse território. Portanto, o processo educacional que defendemos é que, além de acessar uma base comum do ponto de vista do conhecimento, precisamos que as escolas que estejam situadas no campo possam incorporar dimensões importantes da vida dos camponeses. Da dimensão do trabalho, da cultura e, fundamentalmente, da dimensão da luta social - algo que é constante no campo brasileiro. Nas últimas décadas, vivemos com o avanço do agronegócio, do capital no campo, que tem se intensificado cada vez mais e tem expulsado os trabalhadores e trabalhadores que ali vivem. Há uma resistência no campo, são os trabalhadores, as comunidades camponesas lutando contra esse modelo. E a escola, de certa maneira, precisa incorporar na organização de seu trabalho pedagógico essas tensões e contradições que constituem a realidade no campo brasileiro.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=57839

“Ameaça aos Surui”- Nota Oficial

“Ameaça aos Surui”- Nota Oficial

Por racismoambiental,

Em resposta a reportagem publicada pela Agência Amazônia, no dia 25 de junho, com o título “Líder indígena de Rondônia está marcado para morrer”, e que foi repercutida em diversos veículos de comunicação, Almir Surui, líder maior do Povo Surui, se manifesta por meio desta nota sobre algumas informações incorretas contidas no texto:

- Segundo a matéria: “Cinco líderes indígenas da etnia Suruí foram assassinados nas últimas semanas”. Almir nega o fato e diz que na verdade o que vem acontecendo é um aumento significativo do número de ameaças à sua vida e a do seu povo. Não houve mortes recentes que relacionem os Surui com os madeireiros.

- De acordo com a Agência: “Para Suruí, as ameaças decorrem do fato de a maioria das lideranças lutarem pela aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados”. Tal afirmação também é incorreta. Tanto Almir quanto as lideranças do povo Surui estão lutando contra a aprovação do Código Florestal, pois sua aprovação trará conseqüências negativas ao meio ambiente e aos povos indígenas.

- Por último, a reportagem diz que “Almir Surui afirma que alguns índios de sua comunidade foram aliciados por madeireiros e estão também ameaçando o líder Surui de morte”. O líder indígena diz que as únicas ameaças à sua vida estão sendo feitas pelos madeireiros e não pelo povo Surui. A volta dos madeireiros à região só veio atrapalhar todo um trabalho que vinha sendo feito pelo líder com a comunidade há alguns anos e que tem o objetivo conscientizá-los da importância dos indígenas serem os maiores protetores de seu território.

Confira texto oficial abaixo sobre a atual situação das ameaças aos Surui e ao Almir:

Almir Surui busca proteção da Secretaria de Direitos Humanos

Diante das constantes ameaças ao povo Surui e, principalmente, a seu líder, Almir Surui se reuniu, quarta (15), em Brasília, com o Diretor do Departamento de Defesa dos Direitos Humanos (SDH), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Fernando Matos. O encontro foi solicitado pela liderança para o relato das ameaças sofridas em decorrência da sua luta pela proteção da floresta.

O Povo Surui habita a Terra Indígena Sete de Setembro, localizada no sudeste do Estado de Rondônia e noroeste de Mato Grosso. A região que faz parte de um corredor etnoambiental, que abriga unidades de conservação e terras indígenas, é fronteira de desmatamento e nas últimas semanas passou a ser visada novamente por madeireiros.
O número de aliciamentos, por parte dos madeireiros, aos indígenas Surui tem aumentado consideravelmente, colocando em risco a unidade do povo, a proteção da terra e sua sustentabilidade. Além das promessas de dinheiro fácil, eles oferecem bebidas alcoólicas e buscam se inserir no espaço indígena por meio da tentativa de envolvimento com jovens indígenas.

Segundo Almir, já alguns anos ele vem trabalhando internamente na aldeia para conscientizar o povo Surui de que os indígenas devem ser os maiores protetores do território. “A volta dos madeireiros à região só veio a atrapalhar todo um trabalho que estava sendo feito com nosso povo. É preciso dizer não ao desmatamento. Estou ameaçado, mas confiante de que existe uma consciência coletiva na terra indígena”, diz Almir.

As ameaças ao líder aumentaram de forma significativa devido à sua posição contra o desmatamento da região. A situação constata um processo que vai de encontro às iniciativas de proteção e garantia de sustentabilidade da floresta, lideradas por Almir, que tem obtido destaque mundial com a luta. Em verdade, a situação não é nova. O indígena já havia denunciado a situação de insegurança à Organização dos Estados Americanos (OEA) em 2007, e solicitado sua inclusão, no ano seguinte, no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos.

O próprio contexto político-jurídico, no qual a aprovação do novo Código Florestal se destaca, tem desencadeado um processo em que a manutenção da floresta em pé está ameaçada e, consequentemente, a vida daqueles que a utilizam de maneira sustentável. Almir Surui busca as garantias de proteção à sua integridade física pelo Estado Brasileiro a fim de que possa continuar trabalhando na sua Terra, na execução de projetos que garantem a subsistência e geração de renda sem agredir o meio ambiente.

Mais informações:
Equipe de Conservação da Amazônia
Assessoria de Comunicação
Frederico Schlottfeldt
(61) 3323-7863
E-mail: frederico@actbrasil.org.br

Associação Metareilá do Povo Indígena Surui
Assessoria de Comunicação
Chicoepab Surui
(69) 3443-2714
E-mail: chsurui@paiter.org

http://www.paiter.org/news/?p=163

Temperaturas anormais dos oceanos afetam regime de chuvas Amazônicas

Temperaturas anormais dos oceanos afetam regime de chuvas Amazônicas

Por racismoambiental,

Eventos anormais de seca e cheia da região amazônica estão associados às mudanças de temperaturas dos oceanos

Fernanda Farias

A pesquisa realizada pela aluna Rosimeire Araújo do Programa de Pós-Graduação em Clima e Ambiente (Cliamb), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), investigou através de análises observacionais e simulações com modelo climático, os impactos de eventos anormais na temperatura dos oceanos Pacífico e Atlântico equatoriais, nos períodos de chuvas da Amazônia. A pesquisa foi orientada pelo pesquisador Luiz Candido, do Núcleo de Modelagem Climática Ambiental do Inpa e pela pesquisadora Rita Valéria Andreoli (Inpa-UEA).

Foi observado que em anos de evento do El Niño, que é o aquecimento do oceano Pacífico, ocorre uma inibição na formação de nuvens propensas a chuvas na região amazônica, que agem no transporte de umidade do oceano Atlântico tropical. Qualquer mudança nos sentidos dos ventos sobre a bacia do atlântico tropical irá aumentar ou diminuir o regime de chuvas da região.

O El Niño age de forma diferenciada a cada ano em que ocorre o fenômeno, dependendo se ele atua sozinho ou em conjunto com o oceano Atlântico. A combinação entre o oceano Pacífico quente (El Niño) e o Atlântico tropical (frio), chamada de gradiente interbacias, intensifica ou diminui as chuvas nesse período de El Niño.

“O período de intensificação do evento de El Niño é em dezembro, que coincide com o período chuvoso em grande parte da Amazônia, porém devido aos efeitos provocados pelos oceanos na atmosfera tropical, pode chover menos do que o esperado no período de dezembro a março na região amazônica, desta forma o período da estação seca já se inicia comprometido”, explica Rosimeire Araújo.

A pesquisa utilizou um modelo climático que simula a resposta da atmosférica e a precipitação mediante a temperatura dos oceanos, como as condições dos ventos, que mostrou ser mais importante, pois são eles que transportam a umidade para a região. Os ventos são gerados por diferenças nas condições de aquecimentos entre oceanos e continentes.

Já quando ocorre o fenômeno La Niña, as águas do Oceano Pacífico esfriam e as do Oceano Atlântico aquecem, assim o regime de chuvas apresenta-se acima da média climatológica. Acarretando um regime de chuvas ainda mais intenso na região Amazônica.

É esse padrão que vem ocorrendo desde o final de 2011, em que na fase final do evento de La Niña, o Atlântico tropical vem se aquecendo. Essa combinação da La Niña atuando com o Atlântico também foi simulada nesse estudo. “Os resultados indicaram que anos como este, chuvas acima da média, são observadas na bacia amazônica no período de dezembro a maio na região do extremo norte da América do Sul, como observado em Roraima no inicio deste semestre, por exemplo.”, comenta Rosimeire Araújo.

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=387894

Justiça manda Eletronorte compensar índios Assurini por danos de Tucuruí

Justiça manda Eletronorte compensar índios Assurini por danos de Tucuruí

Por racismoambiental,

A empresa pode até perder a licença de operação da hidrelétrica se não implementar o programa de medidas compensatórias identificadas em estudo da própria Eletronorte

A Justiça Federal em Marabá determinou que a Eletronorte implante programa de medidas compensatórias e mitigatórias em favor da comunidade indígena Asurini do Trocará, impactada pela construção da usina hidrelétrica de Tucuruí. O juiz Carlos Henrique Borlido Haddad deu prazo de 60 dias e determinou multa diária de R$ 10 mil e a cassação da licença de operação da usina, em caso de descumprimento da decisão.

A decisão atende a pedido do Ministério Público Federal, através do procurador da República em Marabá, Tiago Modesto Rabelo. O processo se baseia em estudo de impactos socioambientais, patrocinado pela própria Eletronorte e acompanhado pela Funai, que identificou os danos que vinham sendo causados aos índios desde a implantação do empreendimento.

O estudo foi realizado por recomendação do MPF entre os anos de 2005 e 2006, mas até hoje a Eletronorte não implantou o programa de ações compensatórias apontadas por ela mesma como necessárias à mitigação dos impactos.

De acordo com o estudo, a barragem provocou graves impactos sobre a Terra Indígena Trocará, agrupados em três categorias: “(1) ocupação do entorno, com descontrole do acesso de pessoas à terra indígena, conflitos com fazendeiros e assentamentos do entorno, além da substituição da língua nativa pelo português, introdução de DST, entre outros; (2) crescimento de Tucuruí, com uso inadequado de energia elétrica, aumento do alcoolismo e tabagismo, facilidade de crédito para aquisição de bens de consumo, casamento com não- índios, entre outros, e (3) alteração das águas do rio Tocantins, com redução de espécies da ictiofauna e mudanças dos hábitos alimentares” (ictiofauna – fauna de peixes da região)

Em diversas reuniões com o MPF, a Funai e a comunidade indígena, a Eletronorte chegou a reconhecer a necessidade de implantação do programa, tendo concordado em apresentá-lo, mas vinha descumprindo os compromissos assumidos, frustrando as expectativas da comunidade e adiando indefinidamente as ações compensatórias.

O juiz concorda com o MPF que há “perigo de dano irreparável, decorrente do processo de dizimação da cultura indígena. Trata-se de processo gradativo que, se não for interrompido, pode levar ao genocídio da comunidade indígena em questão”.

A decisão é do dia 16 de junho e a Eletronorte ainda pode recorrer. O MPF também não descarta a possibilidade de acordo judicial, desde que favorável aos interesses da comunidade indígena. O processo tramita com o número 9149-40.2010.4.01.3901 e pode ser consultado aqui

Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
Fones: (91) 3299-0148 / 3299-0177
E-mail: ascom@prpa.mpf.gov.br
Twitter: http://twitter.com/MPF_PA

http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=5654&eid=257

domingo, 26 de junho de 2011

Como adquirir a verdadeira sabedoria

Como adquirir a verdadeira sabedoria

Cirilo Veloso Moraes

sabedoria

Era uma vez um jovem que visitou um grande sábio para lhe perguntar como se deveria viver para adquirir a sabedoria.

O ancião, ao invés de responder, propôs um desafio:
- Encha uma colher de azeite e percorra todos os cantos deste lugar, mas não deixe derramar uma gota sequer.

Após ter concordado, o jovem saiu com a colher na mão, andando a passos pequenos, olhando fixamente para ela e segurando-a com muita firmeza. Ao voltar, orgulhoso por ter conseguido cumprir a tarefa, mostrou a colher ao ancião, que perguntou:
- Você viu as belíssimas árvores que havia no caminho? Sentiu o aroma das maravilhosas flores do jardim? Escutou o canto dos pássaros?

Sem entender muito o porquê disso tudo, o jovem respondeu que não e o ancião disse:
- Assim você nunca encontrará sabedoria na vida; vivendo apenas para cumprir suas obrigações sem usufruir das maravilhas do mundo. Assim nunca será sábio.

Em seguida, pediu para o jovem repetir a tarefa, mas desta vez observando tudo pelo caminho. E lá foi o rapaz com a colher na mão, olhando e se encantando com tudo. Esqueceu da colher e passou a observar as árvores, cheirar as flores e ouvir os pássaros. Ao voltar, o ancião perguntou se ele viu tudo e o jovem extasiado disse que sim. O velho sábio pediu para ver a colher e o jovem percebeu que tinha derramado todo o conteúdo pelo caminho.

Disse-lhe o ancião:
- Assim você nunca encontrará sabedoria na vida; vivendo para as alegrias do mundo sem cumprir suas obrigações. Assim nunca será sábio.

Para alcançar a sabedoria terá que cumprir suas obrigações sem perder a alegria de viver.

Somente assim conhecerá a verdadeira sabedoria.

a.d.

*****

No fim das contas é tudo uma questão de equilíbrio.

Como uma música que amo, do Transatlantic, diz: “Remember life is hanging in the balance”.

http://www.simplescoisasdavida.com/

Fórum propõe realização de referendo sobre mudanças no Código Florestal

Fórum propõe realização de referendo sobre mudanças no Código Florestal

Tatiana Félix
Jornalista da Adital

Adital

Durante a realização do seminário ‘Mudanças Climáticas no bioma Caatinga’, realizado em Pernambuco, no Nordeste do Brasil, de 25 a 27 de maio deste ano, o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social junto com a Articulação do Semiárido (ASA) e outras entidades, lançaram a ideia de realizar um Referendo Nacional, para consultar a população sobre as mudanças no Código Florestal brasileiro.

Com polêmicas sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e o desmatamento, as alterações no Código foram aprovadas no último dia 24 de maio, no Congresso Nacional, em Brasília (DF), e seguiu para votação e possíveis alterações no Senado Federal. A aprovação do texto gerou indignação em ambientalistas e camponeses. Na época, o Movimento Camponês declarou que "não poderia esperar outra coisa [dos parlamentares]”. Leia mais aqui.

De acordo com Ivo Poletto, assessor do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, a ideia é mobilizar o maior número de movimentos, organizações e pastorais sociais, para levar a proposta de convocação de um referendo à presidenta Dilma Rousseff.

Isso porque, segundo ele, o Código Florestal tem a ver com a vida de toda a população do campo e da cidade, porque estabelece relações com as águas, florestas, vegetação "que são indispensáveis para o equilíbrio da vida de todos os seres vivos”. Por isso, justificou, "queremos o direito de decidir sobre essas modificações”.

Para fortalecer a ideia do referendo, devem ser criados comitês regionais em todo o país com o intuito de articular as bases de mobilização exigida, com o apoio da presidenta.

Pesquisas apontam que cerca de 80% da população é contrária às atuais mudanças no Código Florestal. Com este apoio, o movimento acredita contar com uma base importante para a mobilização nacional pelo referendo. Segundo Ivo, a proposta, ainda no início, está sendo apresentada para a Assembleia Popular. "Por enquanto, a articulação é mais entre as organizações e na internet”, informou.

O assessor do Fórum Mudanças Climáticas disse que até agora ninguém se opôs à ideia do referendo. Ele lembrou ainda que um referendo ou um plebiscito popular tem mais força do que as decisões do Congresso.

Ivo também alertou que as propostas de alteração no Código Florestal, em discussão atualmente, trazem riscos, pois "prejudicam a manutenção e o replantio de florestas, e de todas as áreas urbanas”. Ele criticou o fato de os deputados, em sua maioria, votarem em causa própria, ‘para se beneficiarem das mudanças na lei’, já que muitos são proprietários de terra ou têm laços estreitos com latifundiários. "A gente considera que isso é um ato político impensável”, enfatizou.

"Eu gostaria que cada brasileiro/a, em particular os ligados aos movimentos sociais, percebam que as nossas mudanças de lei não podem ser feitas por pessoas que têm interesses particulares. Nós queremos que essa decisão seja tomada por toda a população, para que todos/as possam perceber as mudanças que podem ocorrer”, ressaltou.

O avanço do desmatamento, por exemplo, tornaria o Brasil um dos maiores emissores de CO2 do mundo, o que certamente traria mais prejuízos para o meio ambiente e para a vida de toda a população. No ano passado, o país se comprometeu em reduzir 36% a emissão do CO2.

Ivo enfatizou que é importante "consultar a soberania nacional sobre as consequências das mudanças climáticas que perturbam a vida de todas as pessoas e seres vivos”, já que o Brasil tem particular responsabilidade na questão das mudanças climáticas, por ter em seu território boa parte da floresta amazônica, considerada como o ‘pulmão do mundo’.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cat=20&cod=57728

“Imprensa racista dos séculos XIX e XX contribuiu para a difusão negativa da identidade negra”

“Imprensa racista dos séculos XIX e XX contribuiu para a difusão negativa da identidade negra”

Por racismoambiental,

Motivadas por teorias racistas de estudiosos como Afrânio Peixoto, Lombroso e Nina Rodrigues, a imprensa pregava o não reconhecimento do ser negro.

Fatos noticiados da mídia entre o ano 1888 e 1937 foi tema principal do último encontro do semestre do Curso Conversando com sua História. O evento realizado na última terça-feira, 21 de junho, promoveu um intenso debate entre palestrante e o público, na Sala Kátia Mattoso da Biblioteca Pública. A abordagem histórica e objetiva da professora Meire Lúcia Alves esmiuçou detalhes importantes incluídos em seu trabalho de pesquisa “A cor da notícia: discursos sobre o negro na impressa baiana (1888-1937)”. Centralizadas nas questões raciais e tendo como foco principal as mulheres negras, a autora revelou uma imprensa tendenciosa de caráter intolerante, machista e totalmente racista.

Estudo – Após realizar uma pesquisa minuciosa em dois jornais que circularam entre o século XIX e XX, o Diário da Bahia (1865) e o Diário de Noticias (1875) e dois dos últimos séculos A Tarde (1912) e o Estado da Bahia (1933), a autora destacou em temas como: a religiosidade, a saúde, gênero e as manifestações culturais negras e indígenas como de maior intervenção negativa dos meios de comunicação da época, apontando o racismo como fator preponderante para a discriminalização do negro. “A imprensa exigia diariamente uma presença mais atuante da polícia para punir exemplarmente os sambas, candomblés e batuques. Além de caracterizar as mulheres negras de “mulheres que tem cabelos nas ventas” pelo comportamento mais autônomo e independente, algo não aceito pela sociedade machista da época”, afirma.


Práticas de racismo – Meire ainda destaca que a imprensa não se limitava só em informar, como também difundir idéias de interesse próprio. “A cultura negra era vista como caricatura. Mesmo em ebulição permanente, as expressões negras não aparecem nos jornais. E quando acontece é como bárbaros, incapazes. Só a partir dos anos 1930 o samba e visto como um evento social”, enfatiza Meire.

Atualmente – Quando os questionamentos sobre a imprensa são voltados para uma perspectiva mais atual, Meire faz comparações de noticias da época com as atuais e assegura a pouca existência de novidades quando a questão é sobre a violência, a mulher e a saúde da população negra. “A imprensa modifica o discurso para justificar a violência. É melhor enfocar nas mortes de trânsito, por um ponto de vista mais lucrativo do que nos extermínios ocorridos nas periferias. Em alguns casos é melhor trabalhar com os resultados que as prevenções”, disse.

Curso – O evento ocorreu na ultima terça, 21, na sala Kátia Mattoso, Biblioteca Pública do Estado (Barris) e integra o ciclo de debates que é oferecido gratuitamente pelo Curso Conversando com Sua História, do Centro de Memória da Bahia, da Fundação Pedro Calmon/SecultBA. Promovido desde 2002, o curso oferece aulas gratuitas e semanais ministradas por diferentes historiadores e pesquisadores. No próximo mês de julho, o projeto entrará em recesso, só retornado no mês de agosto e as aulas passaram a ser ministradas TODAS AS SEGUNDAS-FEIRAS, às 17h.

http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=43571

sábado, 25 de junho de 2011

Projeto estabelece que consumidor tem 45 dias para ser negativação de crédito

Projeto estabelece que consumidor tem 45 dias para ser negativação de crédito

Por racismoambiental,

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (22) da Assembleia Legislativa, além do projeto altera a legislação de incentivos fiscais do governo estadual também foram aprovados outros projetos. Entre eles, o 076/2011, de autoria do deputado Marquinhos Trad (PMDB), em que estabelece o prazo de 45 dias para que o consumidor inadimplente seja notificado que seu nome poderá ser incluso nos serviços de proteção ao crédito. A medida visa dar chance aos clientes, para eles possam saldar suas dividas ser terem seus nomes negativados na praça.

As propostas de lei 03/2011 e 098/2011, de autoria do MPE (Ministério Público Estadual), também foram aprovadas em duas votações e seguem para sanção do governador. As propostas criaram cinco cargos de promotor de Justiça, além de 50 efetivos e 20 em comissão.

Outro projeto votado, foi o 78/2011, do deputado Laerte Tetila (PT),que autorizando o governo estadual a criar o Fundo para Aquisição de Terras Indígenas, de modo de diminuir os conflitos agrários entre produtores rurais e indígenas. Também foi aprovado o projeto de executivo do Dia do Socioeducador.

O projeto que denomina “Içao Iguma” a ponte sobre o rio Dourados, na rodovia MS-156, na divisa entre os municípios de Dourados e Caarapó foi aprovado. A indicação do nome foi de autoria do deputado Zé Teixeira (DEM).

A resolução legislativa, que acaba com recesso da posse dos deputados e o incídio dos trabalhos entre os dias 2 e 15 de fevereiro também foi aceita pelos parlamentares. A iniciativa apresentada foi do deputado Pedro Kemp PT). Do mesmo deputado, foi apreciado em primeira votação foi o 83/2011, que institui o Dia do Ambientalista no Calendário Oficial de Eventos do Estado de Mato Grosso do Sul.

http://www.jptl.com.br/?pag=ver_noticia&id=37839

Sem teto ocupam terreno da Eletronorte e são retirados a bala pela polícia

Sem teto ocupam terreno da Eletronorte e são retirados a bala pela polícia

Por racismoambiental,

Cerca de 150 famílias oriundas de bairros que serão alagados pela construção da Usina de Belo Monte foram despejadas violentamente nesta quarta, 22, de um terreno ocupado no inicio da semana em Altamira. Sem mandado de reintegração de posse, as polícias Civil e Militar usaram balas de borracha e bombas de gás para despejar os ocupantes. 40 pessoas foram detidas e levadas a delegacia – entre elas, três menores de idade. A notícia é do Movimento Xingu Sempre Vivo, 23-06-2011.

Segundo a Polícia Civil, a área urbana ocupada pertence à Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Eletronorte), na parte alta da cidade de Altamira, no Pará

A ação policial foi violenta, de acordo com os sem-teto. “Eles chegaram com tudo, apontando arma na nossa cara”, diz um dos despejados. “Aproveitaram a hora do almoço e o fato de não ter nenhum canal de televisão aqui naquela hora”. Enquanto colhíamos estes depoimentos, era possível ouvir o som das bombas e tiros na área interna do terreno. Não era permitido à imprensa entrar para acompanhar a ação da PM.

“Se este terreno é da Eletronorte, por que a empresa não vem aqui dizer onde é que a gente vai ficar?”, questionou I., moradora da Invasão dos Padres, bairro que será atingido por alagamento. “A empresa vai botar o povo debaixo d’água. Se ela tem coragem de mandar expulsar a gente, como não tem coragem de enfrentar o povo, de dizer que a gente vai ficar no fundo? Igual em Tucuruí. Minha casa está até hoje no fundo lá e eu nunca recebi um real”, gritava para a imprensa uma das sem teto ocupantes. Sua mãe fora detida pela polícia.

Histórico

O despejo é o segundo realizado pela polícia naquela área. No dia anterior, cerca de 120 famílias foram retiradas e três pessoas foram detidas – entre elas, o jornalista do Movimento Xingu Vivo para Sempre, acusado de esbulho possessório. Segundo testemunhas, a PM usou spray de pimenta.

Segundo a coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, Antonia Melo, a cidade tem sofrido com o crescimento de ocupações urbanas e de populações sem teto desde que as licenças foram dadas. “A coisa havia piorado muito na cidade com a licença do canteiro de obras. Agora, com a licença de instalação de Belo Monte, a situação está beirando a calamidade pública”, argumenta.

Esta é a segunda ocupação urbana na última quinzena, totalizando cerca de 400 famílias em processo de êxodo residencial. Ao todo, mais de 6 mil famílias serão atingidas diretamente por alagamento na cidade de Altamira, principal centro urbano atingido pela barragem.

A crescente bolha imobiliária e as incertezas sobre as indenizações das populações mais empobrecidas de Altamira vem carregando o clima e gerando êxodos espontâneos na cidade. De acordo com os sem-teto, a enxurrada de migrantes que chega a Altamiravem encarecendo os aluguéis até das palafitas, que, de cerca de R$ 80, chegam a mais de R$ 200. Sem poder arcar com os altos custos, antigos moradores das áreas mais pobres são obrigados a deixar suas casas.

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=44624

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Comitê Gestor apoia e incentiva criação de fundos solidários

Comitê Gestor apoia e incentiva criação de fundos solidários

Karol Assunção *


Adital -

Apoiar iniciativas de fundos solidários. Esse é um dos objetivos do Comitê Gestor dos Fundos Solidários, que reúne, desde 2006, Governo Federal e representantes de fóruns e organizações sociais. Em cinco anos, o Comitê já possui entidades de apoio às iniciativas em todas as regiões do país.

Haroldo Mendonça, coordenador geral do Comércio Justo e Crédito, explica que o Comitê tem o objetivo de ajudar na "seleção e aprovação de iniciativas e elaborar propostas de fomento aos fundos solidários". De acordo com ele, o Comitê é responsável, por exemplo, por selecionar, junto com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), projetos produtivos solidários com base em fundos solidários.

Segundo ele, até agora já foram 75 projetos selecionados no Nordeste e no norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, totalizando mais de sete milhões de reais destinados a iniciativas rurais que trabalham com foco na convivência no semiárido.

Mesmo com pouco tempo de apoio, o resultado já é gratificante. "As comunidades pobres organizadas podem gestionar os recursos, podem resolver os próprios problemas com recursos", comenta, explicando que é a própria comunidade quem decide aonde quer o investimento. "Isso mostra que Governo e entidades estão dando autonomia necessária para as comunidades resolverem os problemas. E não há casos de corrupção ou mau uso do recurso", alegra-se.

O Comitê também apoia iniciativas de outras regiões. Mendonça afirma que a meta é, até 2012, ajudar 520 iniciativas apoiando tanto a criação de novos fundos solidários quanto a sustentabilidade dos que já existem. Apesar da "assistência técnica" ser de grande importância para essas iniciativas, o coordenador do Comércio Justo e Crédito revela que ainda falta a ajuda no financiamento. "Hoje estamos em diálogo com instituições financeiras para conseguir crédito. Estamos tentando encontrar a fonte adequada para o financiamento das iniciativas", destaca.

Além disso, uma das metas do Comitê é realizar um Mapeamento Nacional dos Fundos Solidários. "Queremos até dezembro identificar as iniciativas. Isso vai ajudar a orientar as políticas de estímulo aos fundos solidários", acredita.

O Comitê Gestor dos Fundos Solidários é formado por: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN), Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e Mutirão para a Superação da Miséria e da Fome.

As matérias sobre Finanças Solidárias são produzidas com o apoio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).


* Jornalista da Adital

http://www.adital.com.br/hotsite_economia/noticia.asp?lang=PT&cod=57704

Povos Cassupá e Salamãi realizam Assembleia Geral em Porto Velho

Povos Cassupá e Salamãi realizam Assembleia Geral em Porto Velho

Por racismoambiental,

Encontro foi realizado entre os dias 18 e 19 deste mês, na Oca Cassupá

A Oca Cassupá, localizada no KM 5,5 da BR 364 (sentido Porto Velho a Cuiabá), em Rondônia, recebeu os parentes na última semana para a Assembleia Geral dos povos Cassupá e Salamãi. O evento foi realizado entre 18 e 19 de junho, na casa de dona Maria Cassupá, uma das matriarcas do povo. Participaram do evento, os indígenas que vivem em Porto Velho, Chupinguaia e Vilhena.

O eixo central de todo o encontro foi a regularização da terra onde hoje vivem algumas famílias dos povos Cassupá e Salamãi, de propriedade do Ministério da Agricultura. A área localizada no KM 5,5 virou morada dos indígenas quando estes foram transferidos pela Fundação Nacional do Índio (Funai) para o local, em 1967. O governo federal já reconheceu que parte da terra pertence ao povo Cassupá e outra ao povo Salamãi, faltando agora a demarcação da área e a garantia da permanência dos indígenas no local.

Outra questão discutida durante a assembleia foi a demarcação do território tradicional desses povos, que fica na Cascata, rio Pimenta Bueno e Santa Elina, município de Chupinguaia, ao sul do estado. Foi deste local que três famílias foram transferidas pela Funai em 1967, permanecendo um grupo maior ainda na área.

Durante todo o evento, os participantes apresentaram ainda suas queixas, experiências e reivindicações em relação à saúde e educação. Ao final do encontro, indicaram seus representantes para professores, conselheiros de saúde e agente indígena de saneamento.

Os sabedores do povo em número de seis vieram de Vilhena e Chupinguaia para dar força aos parentes durante o encontro. Ao som da flauta, chocalho, e com os cantos tradicionais animaram a assembleia e mostraram que a tradição e a cultura destes povos ainda estão muito presente.

Nas conversas ficou visível o descontentamento em relação ao tratamento dispensado pelo governo à causa indígena no estado. Os representantes da Superintendência do Patrimônio da União (SPU), em Porto Velho, e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) sequer compareceram ao evento. Nem mesmo respostas ao convite feito deram. Situações como esta, somadas à precariedade e descaso no atendimento médico hospitalar dos indígenas causam desgosto em relação à atuação do Estado na região.

Em deliberação da assembléia foram escritos vários documentos, criada uma comissão que ficará responsável por encaminhar as reivindicações aos órgãos competentes, bem como atuará para acelerar o processo de regularização da terra indígena Cassupá e Salamãi.

Estiveram presentes, além dos povos Salamãi e Cassupá, Antenor Karitiana representante da Comissão Estadual Indígena e presidente do Conselho Local de Saúde, representantes da Funai, Cimi, Unir e IMV.

http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=5647&eid=355

Luz e Trevas

"Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a sua glória se vê sobre ti" (Is 60.1-2).

A palavra "luz" é destacada pelo profeta Isaías. O que é a "luz"? Todos sabemos que a luz é a ausência de trevas, mas devemos entender que a questão aqui é a separação entre a luz e as trevas. Lemos já no início da Bíblia: "...e (Deus) fez separação entre a luz e as trevas" (Gn 1.4b). Deus não eliminou as trevas, Ele as separou da luz. Portanto, uma segunda palavra-chave que devemos lembrar é "separação".

A vinda de Jesus significa exatamente isso: separação! Ou você crê e aceita que Jesus Cristo veio em carne, viveu uma vida sem pecado e sacrificou a si mesmo, derramando Seu sangue na cruz do Calvário pelos seus pecados, e que assim você tornou-se um filho da luz; ou você rejeita essa verdade eterna e continua sendo um filho das trevas.

O versículo inicial não diz apenas "eis que as trevas cobrem a terra", mas prossegue: "e a escuridão, os povos". Essa é a realidade em nosso mundo. Por exemplo, dificilmente podemos imaginar a terrível escuridão em que viviam os terroristas-suicidas islâmicos que seqüestraram os aviões de passageiros no dia 11 de setembro de 2001 e os lançaram contra edifícios ocupados por milhares de pessoas inocentes. Por que eles fizeram isso? Sem dúvida, eles estavam convencidos de que seu ato era justificado; para eles, essa era a coisa certa a fazer. Eles criam firmemente que, no momento da morte, seriam trasladados para a glória do paraíso. Entretanto, tal convicção religiosa não é baseada na verdade; ela tem seu fundamento na imaginação do coração maligno dos homens seduzidos pelas "trevas".

As Escrituras, entretanto, não dizem que apenas as pessoas que cometem tais crimes horrendos vivem nas trevas, pois lemos: "...a escuridão [cobre] os povos". Isso significa que todos os povos do mundo vivem em trevas.

A escuridão é algo terrível, porque ela impede que vejamos qualquer coisa. Por exemplo, se você entrar no porão de uma casa ou em outro lugar escuro durante a noite, sem dispor de uma luz, correrá sério perigo de se machucar. É isso que a Bíblia nos comunica: todas as pessoas na terra estão em sério perigo, não apenas em sua vida presente, mas também quanto à eternidade. Portanto, é extremamente importante que você se chegue à luz.

Quando Jesus, a luz do mundo, o Verbo (a Palavra) de Deus, fez-se carne e habitou entre nós, Ele ofereceu a luz a todos, dizendo: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12). João, porém, declarou: "E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam" (Jo 1.5, Ed. Revista e Corrigida). Por que as trevas não a compreendem? Encontramos a resposta para essa importante questão em João 3.19-20: "O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüídas as suas obras".

O nascimento de Cristo, ou seja, o Natal, somente pode tornar-se efetivo em sua vida, se você sair das trevas e vier para a luz. Sem isso, o Natal será apenas como uma peça teatral tradicional – na verdade, tola e comercial.

As palavras de Isaías 60.1-2 são dirigidas a Israel. A luz era e é Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Messias de Israel e Salvador do mundo. A oferta da luz e da separação foi feita inicialmente aos judeus. Ela era destinada a Israel, que, entretanto, rejeitou a Jesus. Assim, Ele voltou-se para os gentios. Isso torna-se bem evidente no versículo 3: "As nações (os gentios) se encaminham para a tua luz..." Portanto, as palavras do versículo 2b ainda aguardam seu cumprimento final: "mas sobre ti (Israel) aparece resplendente o Senhor, e a sua glória se vê sobre ti". Isso ainda não ocorreu com Israel, de modo que deverá cumprir-se no futuro.

No mesmo capítulo, o profeta Isaías proclama: "Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; prostar-se-ão até às plantas dos teus pés todos os que te desdenharam e chamar-te-ão Cidade do Senhor, a Sião do Santo de Israel" (Is 60.14). Atualmente, acontece o contrário: Israel continua odiado e oprimido. Os árabes têm um só objetivo: a destruição do Estado judeu. Eles dizem que o sionismo deve ser eliminado. Entretanto, isso não acontecerá. No final, todos os povos chamarão Jerusalém de "Cidade do Senhor, a Sião do Santo de Israel".

Finalmente, o profeta afirma: "Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou ruínas, nos teus limites..." (v. 18). Virá o tempo em que Israel será a nação dedicada ao Senhor, exatamente como está registrado nas Escrituras. Israel será um louvor a Deus em meio a todos os povos da terra. Somente então a verdadeira paz prevalecerá em todo o globo. O Príncipe da Paz governará "com cetro de ferro" (Ap 19.15) e não irá tolerar qualquer rebelião. Todos os povos estarão sujeitos à autoridade do Senhor dos senhores e Rei dos reis, Jesus, o Crucificado. Então, finalmente, Lucas 2.14 será uma realidade mundial: "...paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem".

Esse tipo de Natal continua inimaginável nos dias em que vivemos, porque o mundo inteiro jaz nas trevas. Entretanto, existe uma excessão: a paz interior individual e pessoal que você pode experimentar agora. Mesmo nestes tempos turbulentos, essa paz que "excede todo o entendimento" (veja Fp 4.7) está disponível para você. Tenha uma verdadeira experiência de vida! Jesus disse: "Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar" (Jo 16.22).

Em Cristo,

Arno Froese (http://www.chamada.com.br)

Judaísmo messiânico


Judaísmo messiânico


Judaísmo Messiânico é uma ramificação religiosa que segue as tradições religiosas judaicas, e que também acredita na figura de Yeshua (Jesus) como sendo o Messias esperado pela tradição profética judaica.

Pode-se distinguir dois tipos de messianismo deste tipo:

Sinagoga messiânica Baruch Hashem, Dallas, Texas
  • Nos primeiros séculos as seitas dos nazarenos e os ebionitas, que tratavam-se na maioria de judeus que aceitavam a crença em Jesus como Messias, e não compartilhavam da crença na divindade de Jesus. Criam que os gentios (não-judeus) que se convertessem deveriam aceitar as tradições religiosas judaicas. Porém, a entrada cada vez maior de prosélitos de origem não-judaica acabou por desencadear o processo que separaria de vez a seita dos nazarenos do Judaísmo, separação esta concretizada definitivamente com o Concílio de Niceia, no ano 326 EC.
  • O Moderno Judaísmo Messiânico é um movimento surgido no século XX nos EUA, originado do Hebreu-Cristianismo nascido na Inglaterra no século XIX. A grande maioria dos modernos judeus messiânicos aceita as diversas tradições do Judaísmo, julgando-as, no entanto, incompletas em seu significado, de certa maneira. O significado completo, segundo eles, só pode ser obtido a partir do entendimento e aceitação de Jesus como sendo o Messias.

O Judaísmo em geral rejeita o Judaísmo Messiânico/Nazareno como sendo um ramo do Judaísmo, embora, em sua origem no século I EC, tenha sido considerado como tal. Ao mesmo tempo, a despeito de ser considerado apenas como uma ramificação cristã com o propósito de converter judeus aos cristianismo, como por exemplo a organização Judeus para Jesus, apenas uma pequena parte das denominações cristãs, geralmente protestantes, aceita o atual movimento judaico-messiânico, especialmente por conta de questões doutrinárias divergentes.

Índice


História do Judaísmo Messiânico

Origens do messianismo judaico

Um conceito do Judaísmo, o Messias (do hebraico משיח Māšîªħ, Mashiach ou Moshiach, Ungido) refere-se, principalmente, à crença do Judaísmo posterior da futura vinda de um descendente do Rei David que iria reconstruir a nação de Israel e restaurar o reino de David, trazendo, desta forma, a paz ao mundo.

Ainda que a tradição religiosa judaico-cristã diga que o Messias já era uma profecia predita desde os tempos dos Patriarcas, este ensino veio a tomar mais forma após a destruição do Templo de Jerusalém. O retorno do Cativeiro, aliado a eventos históricos serviu para o aumento de um nacionalismo judaico, despertando uma esperança judaica pela reconstrução de sua nação e pelo governo de um rei levantado por D-us, que submeteria todos os povos à legislação da Torá.

Esta esperança messiânica aumentou ainda mais com o Domínio Romano sobre a Judéia no primeiro século. As diversas ramificações judaicas, pacíficas ou revolucionárias (como os zelotes), pretendiam obter sua independência do domínio romano, e inspirados pelo ideal da independência, acabaram por desenvolver ainda mais a crença no Messias libertador.

Os antigos nazarenos e o surgimento do Cristianismo

De acordo com a tradição cristã geralmente aceita, Jesus de Nazaré seria o Messias esperado pela tradição profética judaica (Mateus 2:1-6, Lucas 2:1-32, baseando-se, entre outros, no texto de Miqueias 5:2). Teria sido crucificado, ressuscitado e elevado aos céus (Mateus 28:7, Atos 2:22-34, 4:10, 5:30). Inicialmente, seus seguidores foram de fato judeus que não abandonaram suas tradições religiosas judaicas, mas as praticavam acrescentando-lhes a crença em Jesus como Messias (Atos 20:7-8; 21:20). Estes eram chamados de notzrim (nazarenos), devido à cidade de origem de Jesus ou cristãos, pelo público não-judaico.

No entanto, com o aumento da difusão dos ensinos de Jesus, muitos não-judeus passaram a aceitar e acreditar nestas doutrinas. Por este fato surgiu a primeira crise entre os seguidores de Jesus : os gentios que criam em Jesus deveriam ou não ser submetidos às normas do judaísmo ? O grupo judaizante acreditava que Jesus não teria vindo abolir a Torá. Desta forma, pregavam que tanto judeus como gentios convertidos deveriam seguir os mandamentos da Torá. Ainda não é possível determinar se este grupo judaico era uma variação dos ensinos de Jesus ou se era a doutrina original de Jesus. No entanto se acreditarmos no sucesso inicial do movimento de Jesus dentro da religião judaica, deve-se crer que o ensino original não tenha sido muito diferente disto.

Já o grupo antijudaizante, cujo principal expoente era Paulo de Tarso, defendia que Jesus viera trazer salvação de Deus à humanidade, abolindo os preceitos da Torá, que seriam desnecessários para se obter a salvação.O choque entre os dois grupos : judaizantes e antijudaizantes já é aparente no livro de Atos, onde a discussão entre eles obriga à convocação da assembléia dos apóstolos (Atos 15 ). Os antijudaizantes cujo principal expoente era Paulo de Tarso conseguiram impôr sua visão contra os judaizantes, apoiados pelo apóstolo Pedro : aqueles que eram gentios não precisavam submeter-se aos dogmas do judaísmo e aqueles que eram judeus poderiam prosseguir com seu judaísmo desde que não impusessem seu modo de viver aos gentios: "...devemos escrever-lhes [aos gentios] uma carta para informá-los de que se devem abster das coisas contaminadas por ídolos, da fornicação, do que foi estrangulado e do sangue. [Os judeus não necessitam disto] Porque, desde os tempos antigos, Moisés é anunciado em todas as cidades, e suas palavras são lidas nas sinagogas, a cada sábado" (Atos 15:20-21).[1] (comparar com as Leis de Noé).

O sucesso da pregação paulina fez com que ambos os lados se afastassem. Ainda que tenham sido aceitos a príncipio pelo judaísmo como mais uma ramificação, os seguidores de Jesus acabaram com o tempo sendo identificados com o ensino de Paulo que causava controvérsias na comunidade judaica, a respeito da questão do Messias e principalmente da aceitação livre de não-judeus. Além disso, o sofrimento dos judeus sob domínio romano passou a ser imputado aos seguidores de Jesus e a isto somou-se a recusa por parte da maioria destes a ajudar na Revolta Judaica, que culminou na destruição do segundo Templo de Jerusalém, e à fuga dos cristãos para Pela.

O Concílio de Niceia

Após a destruição do Templo de Herodes e o início da Diáspora, os cristãos espalharam-se ainda mais pelo império, bem como os demais judeus. Entretanto, a entrada cada vez maior de gentios na comunidade cristã iniciou de vez o processo de rompimento de suas ligações com o Judaísmo, especialmente porque estes gentios passaram a assimilar-se cada vez menos às práticas da Torá, como proposto no Concílio de Jerusalém, e com isso mantinham algumas de suas práticas pagãs, misturando-as apenas às primeiras doutrinas dos então nazarenos. A invasão dessas práticas pagãs, aliada ao prestígio agora dado à seita pelo império, graças ao crescimento surpreendente da mesma, culminou no desenvolvimento e no surgimento dos princípios que originaram o chamado Cristianismo.

Os choques entre cristãos e judeus serão mais ou menos leves até a adoção do Cristianismo como religião oficial do Império Romano. O Concílio de Niceia, realizado no ano 325 EC, tratou de separar definitivamente o agora Cristianismo do Judaísmo, estabelecendo definitivamente as doutrinas da Trindade e da divindade de Jesus, entre outras, que dão base ao Cristianismo até os dias atuais. E, com a posterior adoção do Cristianismo como a religião oficial do Império Romano no ano 380 EC, graças aos dogmas estabelecidos em Niceia, passou-se a tentar converter os judeus e a impor-lhes diversas sanções que dariam origem ao antissemitismo religioso da Idade Média. Este sentimento foi posteriormente compartilhado inclusive pelas diversas ramificações cristãs protestantes tradicionais, que viam nos judeus um povo retrógrado que teria matado seu Messias e que se recusava a converter-se ao Cristianismo.

Os judaizantes acabaram sendo segregados tanto pelos cristãos como pelos judeus. Estes judaizantes foram reconhecidos como ebionitas (do hebraico evionim "pobres"), organizando sua própria literatura religiosa e com o passar do tempo foram virtualmente extintos. Mesmo assim encontra-se uma gama de relatos históricos desses pequenos grupos cristãos que datam aproximadamente do século XIV e XV. Há diversos movimentos religiosos que em maior ou menor grau compartilham a visão ebionita. Dentre elas ,podemos mencionar o movimento criado por Shemayah Phillips,que em 1985 fundou o movimento conhecido como a Ebionite Jewish Community. Esta comunidade, estritamente monoteísta, reconhece Jesus como um profeta justo, e defende uma interpretação judaica do Tanakh e que tal sirva como meio de união entre judeus e gentios para implantação de uma sociedade justa.

Judaísmo Messiânico Moderno

O Judaísmo Messiânico moderno ou Movimento Messiânico é um movimento recente iniciado no século XIX. Embora já em 1718 John Toland, em sua obra "Nazarenus", tenha feito a sugestão de que os "cristãos entre os judeus guardassem a Torá", somente no início do século XIX nasceu o Movimento Cristão-Hebreu na Inglaterra. E, em 1886, foi fundada em Chişinău, na atual Moldávia, a primeira Congregação Judaico-Messiânica moderna, por Ioseph Rabinovich.

Na Inglaterra, o movimento conhecido como Hebreu-Cristianismo iniciou-se com o princípio básico de reunir cristãos de origem judaica, tendo em vista o propósito de conscientizá-los de sua identidade judaica e reavivá-la, tendo sido a Hebrew-Christian Alliance of Great Britain finalmente organizada em 1866. Nos Estados Unidos, uma organização similar foi fundada em 1915, a Hebrew-Christian Aliance of America, cujo nome foi mudado para Messianic Jewish American Alliance em 1976. Em 1925, uma organização internacional foi criada com o mesmo propósito, a International Hebrew-Christian Alliance, posteriormente chamada International Messianic Jewish Alliance. Em 1979 foi fundada a Union of the Messianic Jewish Congregations (UMJC).

O moderno Judaísmo Messiânico, finalmente "estabelecido" a partir da década de 60, intitula-se como um movimento originalmente judaico, fundado por membros judeus e para judeus, embora não seja reconhecido como tal. É essencialmente diferente do movimento Judeus para Jesus (Jews for Jesus), movimento este reconhecidamente protestante e com a finalidade única da conversão dos judeus ao Cristianismo (e que teve, por esta razão, uma resposta por parte do Judaísmo através do movimento Jews for Judaism (Judeus para o Judaísmo).

Estes grupos messiânicos são apoiados por igrejas evangélicas que atualmente tem promovido uma aceitação das tradições judaicas como o uso de músicas e orações em hebraico, adoção de festas religiosas judaicas, itens como kipá e tefilin, além de uso de nomenclatura e termos de origem judaica (como Rabino) mas negando muitas vezes outras tradições essenciais do judaísmo como a brit milá e outros mandamentos sob a visão de que estes mandamentos teriam sido abolidos por Jesus.

O governo de Israel a partir de 2009 passou a reconhecer os judeus messiânicos como judeus, sendo que antes eram classificados pelo Ministério do Interior de Israel como cristãos.

Teologia

A teologia judaico-messiânica estuda a divindade e as Escrituras segundo uma perspectiva judaico-messiânica.

Cânon

Os judeus messiânicos comumente reconhecem o Antigo Testamento como sendo divinamente inspirado. O teólogo David H. Stern, em seu "Comentário do Novo Testamento Judaico", argumenta que Paulo é completamente coerente com o Judaísmo Messiânico, e que o Novo Testamento deve ser tomado pelos judeus messiânicos como sendo também a inspirada "Palavra de D-us". Entretanto, esta é apenas a principal visão dentro do movimento, pois, como em todas as religiões, há diversas correntes de pensamento. Alguns poucos judeus messiânicos não aceitam os escritos de Paulo, chegando a rejeitá-los completamente, ou então deixando-os "abaixo" dos Evangelhos. Frequentemente, a ênfase se dá na ideia de que o Antigo Testamento eram as únicas Escrituras de que os primeiros crentes em Jesus dispunham (e de fato a maioria dos estudiosos concorda que não havia um cânon estabelecido do Novo Testamento até o século IV), e que, exceto pelas palavras registradas de Jesus, o Novo Testamento se pretendia apenas como um comentário inspirado do Antigo Testamento.

Desta forma, no entanto, o cânon judaico-messiânico difere do cânon judaico tradicional essencialmente pela inclusão dos livros do Novo Testamento (ou conhecido como Brit Chadashá). O cânon judaico-messiânico, em suas diferentes ramificações, geralmente contêm os seguintes livros:

1. Torá [תורה], "a Lei", "Instrução", ou "Ensino". Também chamada Chumash [חומש], "os cinco", referência aos 5 livros de Moisés; o Pentateuco.

2. Neviim [נביאים], os "Profetas".

3. Ketuvim [כתובים], os "Escritos".

4. Besorot [בשורות], os "Evangelhos".

5. Ma'ase Hashelichim [מעשי השליחים], os "Atos dos Apóstolos".

6. Igarot Shaul Hashaliach [אגרות שאול השליח], as "Epístolas de Paulo".

7. Igarot Hashelichim [אגרות השליחים], as "Epístolas dos apóstolos".

8. Chazon [חזון], a "Revelação".

Stern produziu recentemente uma versão Judaico-messiânica da Bíblia, chamada A Bíblia Judaica Completa.

Talmude e comentários bíblicos

Algumas comunidades judaico-messiânicas consideram os comentários rabínicos, como a Mishná, no Talmude como historicamente informativos e úteis no entendimento da tradição, embora não os considerem normativos, especialmente nas questões nas quais o Talmude diverge das escrituras messiânicas.

Alguns outros grupos messiânicos, no entanto, consideram "perigosos" os comentários rabínicos do Talmude. Estes grupos defendem a ideia de que os que seguem as explicações e os comentários rabínicos e halaquicos não são crentes em Jesus como Messias. Além disso, negam a autoridade dos Fariseus, crendo que estes foram substituídos e contraditos pelo messianismo.

Há um número grande de comentários messiânicos sobre diversos livros da Bíblia, tanto do Tanakh quanto do Novo Testamento. David H. Stern publicou em volume único seu Comentário Judaico do Novo Testamento, mas ele limita-se a apenas fornecer notas explanatórias de um ponto de vista judaico, deixando de lado muitas das questões sobre a composição, história, data e contexto dos livros do Novo Testamento. Outros comentaristas notáveis do Novo Testamento são Joseph Shulam, que escreveu comentários de Atos, Romanos e Gálatas, e Tim Hegg, que escreveu sobre Romanos, Gálatas e Hebreus, e atualmente está estudando o evangelho de Mateus.

Doutrinas principais

Nesta seção estão listadas algumas das principais crenças e doutrinas do Judaísmo Messiânico

1. Deus - Os judeus messiânicos crêem no Deus do Tanakh, Adonai, e que ele é todo-poderoso, onipresente, eterno, existente à parte da criação, e infinitamente importante e benevolente. Os judeus messiânicos creem no Shemá, que significa "ouve", oração fundamental do Judaísmo, do texto de Deuteronômio 6:4 - "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso D-us é Único D-us -, texto que mostra a unicidade do Deus de Israel, sendo ele único e infinito, e unicamente soberano. Quanto ao entendimento desta unicidade, porém, os grupos messiânicos divergem. Alguns refutam a ideia da Trindade, entendendo o Shemá como a declaração literal de que Deus é um, apenas, além de considerar textos do próprio Novo Testamento que eventualmente desmentem o conceito de uma entidade triúnica - portanto, relegam a Trindade a algo quase que idolátrico. Outros, porém, são abertos aos conceitos trinitarianos.

2. Jesus como o Messias - Jesus (Yeshua) é, para os judeus messiânicos, o Messias judeu. O principal movimento messiânico crê em Jesus como sendo "a Torá (palavra) feita carne" (referência a João 1:14). Quanto à divindade de Jesus, no entanto, os grupos divergem. Alguns negam que Jesus seja Deus, refutando a Trindade (pelos motivos resumidamente expostos acima) e considerando o fato de que claramente não há referências no Tanakh de que o Messias seria o próprio Deus. Entretanto, consideram-no como um ser essencialmente divino, provindo de Deus e por ele munido de toda autoridade - mas não o próprio. Outros, porém, acreditam que Jesus de fato é o próprio Deus, sem qualquer ressalva ao conceito cristão tradicional.

3. A Torá escrita - Os judeus messiânicos, com algumas poucas exceções, tomam a Torá escrita (o Pentateuco) como sendo completamente válida (ao contrário da visão cristã), e portanto creem nela como uma aliança sagrada, perpétua e insubstituível, que deve ser observada tanto moral e ritualmente por aquelas que professam fidelidade a Deus. Eles acreditam que Jesus não somente ensinou como reafirmou a Torá (como no trecho do evangelho de Mateus 5:17-20), e não que ele a revogou.

4. Israel - Creem que as tribos de Israel foram, são, e continuarão a ser o povo escolhido do Deus de Jacó. Todos os messiânicos, judeus ou não, rejeitam a chamada "teologia da substituição", a visão de que a Igreja cristã substituiu Israel na mente e nos planos de Deus.

5. A Bíblia - O Tanakh e o Novo Testamento (chamado "Brit Chadashá") são geralmente considerados pelos messiânicos como as escrituras inspiradas por Deus.

6. Escatologia bíblica - A maioria dos judeus messiânicos detêm as crenças escatológicas do "fim dos tempos", da segunda vinda de Jesus, como Mashiach ben David, o descendente do rei Davi que restituirá Israel, da reconstrução do Templo de Jerusalém, da ressurreição dos mortos para o Juízo e do Shabat milenar, o período do reinado do Messias.

7. A Torá Oral - As opiniões dos judeus messiânicos a respeito da Torá oral, codificada no Talmude, são diversas e muitas vezes conflitantes inclusive entre as congregações. Algumas delas acreditam que aderir à "Lei oral", como abrangida no Talmude, é contrário aos ensinamentos messiânicos e, portanto, completamente perigoso. Outras congregações, porém, são seletivas nas aplicações das leis talmúdicas. Outras, ainda, encorajam a uma séria observância da halachá. Contudo, virtualmente todas as congregações e sinagogas judaico-messiânicas veem as tradições orais como sendo subservientes à Torá escrita, notando que Jesus observou algumas tradições orais (como a observância de Chanucá), e se opôs a outras.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Juda%C3%ADsmo_messi%C3%A2nico

Milton Santos será homenageado pelo Congresso Nacional no dia 28/06

Milton Santos será homenageado pelo Congresso Nacional no dia 28/06

Por racismoambiental,

Deputado federal Luiz Alberto é proponente da sessão solene; morte de geógrafo baiano faz 10 anos

O intelectual, pesquisador, político, jornalista e geógrafo Milton Santos, que completará 10 anos de morte no próximo dia 24 de junho, será homenageado pelo Congresso Nacional brasileiro. A sessão em homenagem a um dos mais importantes intelectuais da história do Brasil será realizada no dia 28 de junho, às 10h, no plenário da Câmara dos Deputados em Brasília.

A sessão requerida pelo deputado federal baiano, Luiz Alberto (PT/BA), tem como objetivo realçar a importância de Milton Santos para a sociedade brasileira. Será uma forma de repercutir no parlamento as contribuições do geógrafo para o país.

A mesa da sessão será composta pelo governador da Bahia, Jaques Wagner, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Luiza Bairros, o ministro da Educação (MEC), Fernando Haddad, o presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira de Araújo, do ministro das Relações Exteriores, Antônio de Aguiar Patriota, os reitores das Universidades de Brasília (UNB), do Recôncavo (UFRB) e da Bahia (UFBA), José Geraldo de Sousa Junior, Paulo Gabriel Nacif e Dora Leal Rosa; e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Representações diplomáticas dos países onde Milton Santos atuou como professor, pesquisador e consultor, no período de 1964 a 1978, também marcarão presença na sessão solene. A saber: França, Portugal, Espanha, Tanzânia, Guiné Bissau, Senegal, Costa do Marfim, Mali, Nigéria, África do Sul, Japão, Venezuela, Costa Rica, México, Canadá e Estados Unidos.

Na ocasião, outras entidades também prestarão homenagem a Milton Santos: o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, o prefeito de Brotas de Macaúba, na Bahia, Litercílio de Oliveira Jr, cidade onde o geógrafo nasceu; a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Distrito Federal, os movimentos pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas do Distrito Federal, os Institutos de Geografia, História, Sociologia e Ciências Sociais da UnB, os professores Fernando Conceição (grupo de pesquisa Permanecer Milton Santos, UFBA), Manoel Lemes (PUC/Campinas) e também de sua neta, Nina Santos, que representará a família durante a sessão.

Biografia

A história e trajetória política e intelectual de Milton Santos reafirmam a importância da sua luta por justiça e igualdade, e da participação de homens e mulheres negras na construção do país.

Nascido em 3 de maio de 1926, ao longo da sua vida, escreveu 40 livros, foi co-autor de dezenas de outros e publicou artigos, foi articulista e editor em jornais brasileiros importantes, como Folha de São Paulo, Correio Braziliense e jornal A Tarde, da Bahia. Na década de 90, ganhou prêmios como o “Estação Cultural” e o Vautrin Lud (considerado o Nobel da Geografia).

Milton Santos dedicou toda a sua obra ao entendimento das supra e sobre-estruturas formativas das desigualdades entre os homens e as sociedades humanas ao redor do mundo.

Suas colocações transbordaram o âmbito da Geografia para se espraiar por outros domínios e usos quando, no início dos anos 90, a partir da Europa (França), se organizou um movimento para se contrapor à irracionalidade do financismo global – que marcou a nova fase do capitalismo a partir dos anos 1970, travestido de “globalização”.

O trabalho de Milton Santos serviu de inspiração para o que, hoje, veio a se constituir como Fórum Social Mundial, o qual foi convidado a se associar como fundador.

Para mais informações, favor contatar:

Naiara Leite – Jornalista (DRT 2328)

Contato: 71. 3450.1374/8229.8159

Carlos Eduardo Freitas – Jornalista (DRT 3350)

Contato: 71. 3450.1374/8853.5602

Órgãos vistoriam embarcações no combate à exploração sexual

Órgãos vistoriam embarcações no combate à exploração sexual


Equipes estarão se revezando durante 24 horas para verificar a ida de crianças e adolescentes desacompanhadas e/ou sem documentos com destino a Parintins

Até o próximo dia 24, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh) em parceria com o 9º Distrito Naval, Capitania dos Portos, Secretaria Estadual de Assistência Social (SEAS), Polícias Militar, Civil e Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Delegacia Regional do Trabalho (DRT/AM), Juizado da Infância e da Juventude, Conselho Tutelar, entre outros órgãos estarão realizando vistorias nos barcos que saem de Manaus em direção ao município de Parintins – a xx quilômetros da capital -, para o 46º Festival Folclórico nos dias 24, 25 e 26 deste mês.

Equipes estarão se revezando durante 24 horas para verificar a ida de crianças e adolescentes desacompanhadas e/ou sem documentos.

No ano passado, segundo o secretário da Semasdh, Sildomar Abtibol, 30 adolescentes foram identificadas nessa situação e impedidas de fazer a viagem.

As equipes se concentram na balsa da Capitania dos Portos que ficará em um ponto do Encontro das Águas com o objetivo de abordar todos os barcos com destino ao município de Parintins.

O secretário lembra que além da verificação de situações de exploração sexual de crianças e adolescentes, haverá abordagens para verificar a exploração do trabalho infantil, tráfico de mulheres e também de crianças e adolescentes.



http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=387533