Indo às Compras
Por Ari Shishler
Você fica vagando pelos corredores, escolhendo produtos e colocando-os no carrinho. Talvez você tenha o supermercado mapeado e siga uma rota cuidadosamente planejada, começando nos produtos de papel e terminando na seção de congelados. Ou talvez você caminhe para lá e para cá, e se lembra daquilo que deveria ter apanhado três corredores antes.
Algumas pessoas sabem para onde se dirigem na vida, outras ficam girando em círculos.
Talvez você seja de uma cidade pequena com nada além de uma pequena loja de conveniências, e está entrando num supermercado pela primeira vez. Você arregala os olhos quando vê a imensa variedade de produtos. Talvez até fique tentado a levar “um desses” e “um daqueles” e vai empilhando tudo até seu carrinho ficar com uma pilha alta de produtos. Você logo percebe que cabe muito no seu carrinho, mas que deve levar somente aquilo que vai usar. A vida oferece diversas experiências e oportunidades, mas ninguém tem todas. Pegue aquilo que pode manejar e seja bem-sucedido, em vez de tentar conseguir tudo que há.
Enquanto você percorre as fileiras de produtos, talvez não encontre aquilo que está procurando. Felizmente, você pode pedir ajuda. Procure as pessoas usando uniformes da loja e elas prontamente lhe darão auxílio. De vez em quando você encontrará pessoas amigáveis, porém persistentes, pessoas que desejam lhe vender um “fantástico produto novo” que você não quer e provavelmente não precisa. Evite as superficialidades cobertas de açúcar da vida, independentemente de como elas são comercializadas. Concentre-se naquilo que você realmente deseja atingir.
Qualquer loja boa aconselhará você a comprar os congelados por último, e o bom senso diz o mesmo sobre os ovos. Viver a vida plenamente é estabelecer prioridades, para que as partes sensíveis da vida não quebrem sob pressão, e assim você pode vivenciar os momentos especiais enquanto eles durarem.
Depois que você escolheu tudo que precisa, está na hora de passar no caixa. Você realmente pode ter tudo aquilo que deseja da loja, mas precisa pagar por isso. No caixa, talvez você decida que não precisa de um item ou que o preço anunciado estava errado e a pechincha que você pensou estar comprando na verdade não é nenhuma pechincha. Sem problemas, você pode descartar qualquer item indesejado antes de pagar.
As vezes é preciso parar nosso instinto de compras compulsivo. Parar e dar um tempo para refletir. Em nossa jornada pela vida quantos itens precisamos, sabemos o que é fundamental e distinguimos do que é supérfuo? Corremos pelos corredores colecionando produtos, ou paramos para cumprimentar os amigos que encontramos no caminho? O que colocamos no carrinho de nossa vida? Queremos realmente levar tudo que é atrativo conosco, ou preferimos nos livrar de algumas das escolhas erradas que fizemos, enquanto ainda podemos?
Em nosso carrinho ao longo do ano, ao invés de mercadorias, deveríamos colocar outros “produtos” também; mais uma mitsvá, uma tefilá com mais kavaná [verdadeira intenção], um sorriso, uma visita ou um telefonema a um amigo, um familiar afastado, uma pessoa enferma...
Está quase na hora de fechar a loja. Apanhe sua lista e redefina suas prioridades; isto lhe ajudará a colocar “seu carrinho” em ordem.