Delegados indígenas exigem respeito a seus direitos na Cúpula Climática
Adital -
Delegados indígenas presentes na Cúpula sobre Mudança Climática exigiram a viva voz que os governos incorporem os direitos humanos e refiram a Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas nos textos finais da negociação.
Reunidos em frente ao edifício Maya do luxuoso Moon Palace de Cancún, os delegados expressaram seu pedido para que a cúpula seja exitosa para a humanidade e a Mãe Terra e rechaçaram as falsas soluções para a mudança climática.
Em particular, expressaram sua preocupação e rechaço pelos denominados mecanismos para financiar programas que reduzam as emissões que contribuem para o aquecimento global ocasionado pelo desmatamento e degradação das matas (REDD, por sua sigla em inglês).
Denunciaram que o desmatamento e a degradação das matas não é a principal causa da mudança climática e que, com esses programas, os países industrializados pretendem evadir sua responsabilidade e evitar assumir compromissos firmes para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
Por outro lado, não se podem ver as matas unilateralmente a partir de sua função ecológica de escoadoras de carbono, pois, para eles, as matas têm outras dimensões que não podem reduzir-se ao enfoque de mercado.
Os delegados indígenas rechaçaram também a posição de alguns poucos governos que pretendem colocar obstáculos em um enfoque de direitos ao sustentar que a mudança climática é um tema ambiental, e não um tema de direitos.
Delegados dos povos indígenas dos cinco continentes se encontram reunidos cada dia no centro global e constituem o Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudança Climática, que vem realizando esforços para que os documentos de negociação contemplem seus direitos.
Sem a incorporação de seus direitos, a cúpula será considerada um redondo fracasso para a humanidade atual e futura, sustentaram alguns representantes indígenas.
A notícia é de Servindi
FONTE: Adital