sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Terras Indígenas: estudos antropológicos devem atrasar um pouco mais


Visão de uma parte da Reserva de Dourados

Parte dos estudos antropológicos para identificação de terras indígenas no Mato Grosso do Sul que deveria ser entregue agora no final de setembro atrasou e alguns dos seis Grupos de Trabalhos que têm a missão pediram prorrogação do prazo.

Esses relatórios eram para ter sido entregues no ano passado, foram prorrogados para fevereiro desse ano e agora ganharam nova data. O Procurador da República em Dourados Marco Antonio Delfino de Almeida, parecia prever que o trabalho seria entregue em tempo hábil. Em fala na Aty Guassu (Grande Assembléia) de Passo Piraju em agosto ele tinha feito a previsão de que até o final do ano os trabalhos estariam concluídos.

Parte do atraso se deve também à ações que os proprietários das terras moveram na Justiça para impedir a vistoria em suas propriedades. Muitos deles tiveram êxito no pleito.

De agosto para cá, morreram dois indígenas vítimas de atentados. Uma, uma mulher que teve o corpo queimado após um ataque à um ônibus escolar em Miranda com coquetel Molotov e o outro um homem espancado até a morte em Paranhos, próximo ao local onde foram assassinados os professores primos Rolindo e Genivaldo Verá.

Genivaldo e Rolindo desapareceram quando o grupo ao qual pertenciam, de indígenas Kaiowás, entrou na fazenda São Luiz, que pertence à Firmino Escobar. Os índios dizem que é ali a “terra ancestral” ( tekohá) Ypo’i, Para completar, o corpo de Rolindo sequer foi encontrado.

Já o corpo de Genivaldo foi visto boiando em um córrego próximo e retirado por peões da fazenda que pescavam. A polícia disse que o corpo apresentava duas perfurações e em nota o Conselho Indigenista Missionário – Cimi disse que havia sinais de tortura no corpo.

Até o ano passado estimava-se em aproximadamente 67,5 mil o número de indivíduos indígenas no Estado, segunda maior população do Brasil. Essas pessoas estão distribuídas em 75 aldeias espalhados por 29 municípios dos 78 existentes no Mato Grosso do Sul. Desse total, os Guarani e Kaiowás são maioria, entre 25 e 30 mil, dos quais, somente em Dourados moram 13 mil. Esses grupos vêm lutando há anos por suas terras tradicionais, hoje ocupadas por fazendas.

Os fazendeiros alegam que têm títulos de boa fé dados e certificados pelo Estado e os indígenas dizem que foram expulsos de suas terras e aldeados “na marra” e as querem de volta.

MS JÁ

http://www.msja.com.br/noticias/cidades/terras-indigenas-estudos-antropologicos-devem-atrasar-um-pouco-mais