sexta-feira, 18 de junho de 2010

Desmatamento gigante no Norte de Minas

Um projeto absurdo aprovado na Assembléia Legislativa de Minas no dia 16 dá sinal verde para desmatamento gigante no já sofrido Norte de Minas (Projeto de Lei 4057/09). O deputado Gil Pereira (PP), membro da bancada ruralista, foi o propositor. O projeto estabelece que a, a partir de agora, a Mata Seca não é mais parte da Mata Atlântica e, portanto,não precisa obedecer aos critérios de proteção mais rígidos que valem para esta última. Gil Pereira justifica a necessidade de aumentar o número de vagas de trabalho na região, mas, sabe-se que os maiores incentivadores desse desmatamento são os produtores de carvão e outras indústrias que precisam desmatar para produzir em grandes quantidades. O calor já predominante na região, a falta de atenção histórica dos governos, a seca e a pobreza de um lado; e, do outro a incrível pressão desses "ruralistas industriais" mostram o desequilíbrio e põem em risco a natureza lá.


Agora, para virar lei, o projeto tem que passar pelo governador em exercício, Antônio Anastasia.
Sugiro que enviemos e-mail para a central do governo nos posicionando contra!
www.mg.gov.br (vai em Fale conosco/ Denúncia ou Reclamação)



E para o Gil Pereira, mostrando que não aprovamos a decisão.

dep.gil.pereira@almg.gov.br





Abaixo uma reportagem explicando mais:



(retirado do Blog SOS Mata Atlântica)



Entidades ambientalistas farão protesto em frente à Assembléia Legislativa de Minas Gerais, contra aprovação do Projeto de Lei 4057/09, que prevê aumentar a derrubada da Mata Seca em Minas Gerais. Esse ecossistema faz parte da Mata Atlântica e abriga espécies que ocorrem neste bioma. Sua área de ocorrência, tanto em Minas como no país, é originalmente muito pequena. No Estado, ocupa parte do Norte e ocorre também nas áreas calcáreas: regiões de Lagoa Santa, Arcos, Montes Claros, Peruaçu.



O PL está tramitando em regime de urgência, por solicitação de seu autor, deputado Gil Pereira, integrante da bancada ruralista do Norte de Minas, mas ainda não foi votado porque o PT está obstruindo a pauta, em função de projetos de interesse do governo estadual. Está inclusive pautado para hoje, às 14h.



Juntamente com a Mata Atlântica do vale do Jequitinhonha, restante do Cerrado no Norte e Noroeste do Estado, a Mata Seca é uma das últimas fronteiras do desmatamento, ainda capitaneado pela indústria de ferro gusa. Apesar dos deputados que defendem o projeto alegarem defesa dos pequenos produtores, o verdadeiro motivo é permitir derrubar a floresta, transformá-la em carvão e em algumas áreas plantar capim. Ironicamente, muitas vezes, financiado pelos bancos do Brasil e Nordeste. O projeto portanto, atende na verdade, interesses de grandes proprietários de terras e da indústria de ferro gusa.



Na data de ontem, 15 de junho, a Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda) e mais 30 entidades, encaminharam ofício ao Ministério Público, solicitando arguição de inconstitucionalide da Lei, pelo fato de contrariar a Lei Nacional 11.428/06, conhecida como Lei da Mata Atlântica.



Para a superintendente da Amda, Maria Dalce Ricas, a investida dos ruralistas contra as leis ambientais vigentes, é muito mais que uma disputa com os ambientalistas. “Seria até bom se fosse somente isto, mas infelizmente não é. A ‘queda de braço’ é entre o que há de mais retrógrado na economia brasileira e mineira, que são a indústria de ferro gusa e o setor agropecuário, disparadamente responsáveis pela destruição de 90% da cobertura vegetal nativa do Estado, e setores que querem implantar modelos agrícolas sustentáveis”.



Os ambientalistas entregarão a cada deputado uma porção de carvão, num protesto simbólico, com mensagem em que solicitam não serem cúmplices da derrubada da Mata Seca. Pretendem ainda estender a Bandeira de Minas em frente a ALMG, coberta por carvão.

Contamos com apoio da imprensa e de todos nessa luta.



Mais informações: http://www.amda.org.br



Amda - 3291-0360.



Projeto Manuelzão - 3409-9818 (Apolo ou Poliano)
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