Nos últimos 7 anos, a prefeitura gastou R$ 128 milhões com os processos.
Prédios foram comprados pelo dobro do preço avaliado pelo município.
11/12/2011 16h06 - Atualizado em 11/12/2011 16h46
Desapropriações sob suspeita em Vitória somam R$ 40 milhões
Nos últimos 7 anos, a prefeitura gastou R$ 128 milhões com os processos.
Prédios foram comprados pelo dobro do preço avaliado pelo município.
sugerido pela própria avaliação técnica do município
(Foto: Carlos Alberto Silva/ Jornal A Gazeta)
Os processos de desapropriação realizados pela Prefeitura de Vitória estão sendo investigados pelo Ministério Público. Segundo reportagem especial publicada no Jornal A Gazeta neste domingo (11), há denúncias de indenizações milionárias em áreas que não são nobres; pagamento de imóveis por quase o dobro do valor pelo qual ele foi avaliado pela própria administração municipal e de prédios comprados há anos que estão praticamente abandonados.
Segundo a reportagem, ao longo dos últimos sete anos, a prefeitura gastou mais de R$ 128 milhões comprando prédios pela cidade. Um dos maiores investimentos foi feito em Tabuazeiro, bairro distante das áreas nobres da cidade. Mas o tratamento recebido no processo de desapropriação foi de área nobilíssima: a área de 22 mil m2, com o esqueleto de um prédio, foi adquirida por R$ 15,2 milhões.
Agora, serão gastos mais R$ 6,9 milhões para iniciar a reforma da antiga União Capixaba de Ensino (Uces), que abrigará uma escola de ensino fundamental. Curiosamente, a prefeitura pagou R$ 2,2 milhões por um terreno dez vezes maior num local próximo - no bairro de Grande Vitória.
E na Mata da Praia, região que possui um dos metros quadrados mais caros da Região Metropolitana, há uma indenização de R$ 117 mil por uma área de 916,73 m2, o que dá R$ 128 por m2. O valor é quatro vezes menor do que o pago em Tabuazeiro, que foi de R$ 528 por m2.
O prefeito de Vitória, João Coser, afirma na reportagem que não há nada de ilícito com os processos e que confia em sua equipe. Segundo ele, foram seguidos critérios técncicos rigorosos e que as áreas escolhidas eram prioritárias para a instalação de equipamentos públicos, tais como escolas, unidades de saúde, praças e aberturas de vias.
http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2011/12/processos-de-desapropriacao-sob-suspeita-em-vitoria-somam-r-40-mi.html