quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Dirigente dos Direitos Humanos que denunciou vala comum na Colômbia é assassinada



Dirigente dos Direitos Humanos que denunciou vala comum na Colômbia é assassinada


Uma dirigente dos Direitos Humanos foi assassinada em La Macarena – povoado ao sul da Colômbia onde no mês passado se encontrou um cemitério clandestino utilizado pelas Forças Armadas. A mulher participou da audiência pública que denunciou a existência da vala comum.

No dia 07 de agosto, Norma Irene Pérez teve uma reunião às sete da manhã. Depois, ninguém mais soube dela. Seis dias depois, encontraram o seu corpo baleado sobre um caminho estreito no departamento de La Meta. Pérez trabalhava como agricultora e era mãe de quatro filhos.

Como militante dos direitos humanos, tinha participado da audiência pública na qual foi denunciada a existência de um cemitério clandestino em La Macarena, onde estavam enterradas mais de duas mil pessoas. A mulher era presidente do Comitê de direitos humanos e integrante do Comitê Regional de Direitos Humanos da Região de Guayabero (sul).

“Pedimos ao governo que desse garantias aos que participaram da audiência pública no dia 22 de julho passado”, disse a Página/12 Iván Cepeda, deputado de centro-esquerda do Polo Democratico Alternativo (PDA). Três dias depois da denúncia, Uribe visitou as tropas militares da região e as felicitou por seu êxito na luta contra os rebeldes. “Aqui vieram inimigos da Segurança Democrática faz pouco dias alimentar calúnias contra o exército da pátria”, disparou contra os parlamentares da oposição e os defensores dos direitos humanos.

Além disso, o então presidente disse que cemitério de La Macarena era legal. “O terrorismo através de porta-vozes querem desacreditar a força pública”. Segundo o Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos (CPDH), as acusações de Uribe colocaram em greve perigo as organizações que convocaram a audiência pública.

Cepeda, do Movimento de Vítimas de Crimes do Estado, disse que as autoridades foram informadas do homicídio. Mas não houve resposta do governo. O CPDH pediu que se investigasse penalmente o desaparecimento forçado e a suposta execução extra-judicial da dirigente camponesa. Cepeda denuncia ainda que “as unidades militares de La Macarena recebem fundos do Plano Colômbia”.

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=35660

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