Pesquisa demonstra a construção das relações sociais a partir da sexualidade dos índios Canela
O prazer e a sexualidade dos indivíduos envolvem várias questões sócio-culturais como a divisão de trabalho, o papel do homem e da mulher para fortalecimento do seio familiar e a construção de valores que torneia um determinado povo. Com a cultura indígena não é diferente. Os índios Canela da região do município de Francisco Falcão no Maranhão fundamentam essas relações no seu cotidiano.
A partir destas análises, a antropóloga franco-brasileira, Rose France de Farias Panet, realizou em sua tese de doutorado em co-tutela, através do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFMA e a École Pratique dês Hautes Études, um estudo intitulado “Imã a Krurên prâm! Prazer e Sexualidade dos índios Canela” em que a pesquisadora aborda as relações sociais deste grupo indígena e suas implicações no meio social.
De acordo com a antropóloga, a sua análise não se referiu ao prazer carnal dos índios, mas como acontecem os processos de definição do papel do homem e da mulher em sociedade e diferentes pontos de vista com relação a sua própria sexualidade. No meu trabalho pude observar em campo as diferenças de discursos com relação ao sexo e as representações simbólicas com referências na questão da formação da família na tribo, no nascimento e como acontecem os rituais de iniciação do menino que transforma-se em um homem, declara.
Outro fator marcante durante a pesquisa foi a construção da família nesta sociedade. Diferentemente da nossa sociedade em que alguns casos os filhos são criados pelos próprios pais, com os Canela existe a participação de tios, tias e outros parentes que também são considerados ‘pais’ e ‘mães’, pois muitas mães fazem artesanato para ajudar na subsistência da sua família. O que acredito que é benéfico, pois através desta estrutura de parentesco a criança tem mais chance de firmar laços e torna-se um adulto responsável e com fortes valores familiares”, ressalta.
Rose Panet ficou durante nove meses no estudo em campo e diz está encantada com tal cultura. ”Durante este tempo em que estive com os índios pude ter contato com uma sociedade totalmente diferente da nossa, obesrvando o dia a dia, rituais, diferenças de pensamento entre outras coisas. É um trabalho gratificante”, finaliza.
Revisão de texto: Carla Morais
Lugar: Campus do Bacanga/SLZ
Fonte: Marina Farias/ASCOM/PPPG
Notícia alterada em: 12/08/2010 17h33
http://www.ufma.br/noticias/noticias.php?cod=8893
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