terça-feira, 27 de setembro de 2011

GRUPOS DE EXTERMÍNIO AMEAÇAM DEFENSORES DOS DIREITOS HUMANOS

Depois que a Polícia Federal pôs em ação a Operação Sexto Mandamento, em Goiás, que desarticulou uma quadrilha criminosa composta por policiais militares, a ameaça contra defensores dos direitos humanos, que já vem há dez anos sendo executada, aumentou ainda mais. Diante da situação criminosa, a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados decidiu realizar uma audiência pública para cobrar do governo do estado providências.

O padre Geraldo Labarreré, diretor da Casa da Juventude, foi o primeiro militante dos direitos humanos ameaçado pelos grupos de extermínio a testemunhar diante da comissão, no dia de ontem. Diante das várias ameaças, o padre Geraldo, que realiza trabalhos com crianças e adolescentes, vai ter que deixar Goiânia.

Para o padre Geraldo, essas ameaças feitas pelos grupos de extermínio são produtos de uma realidade cultural. Pra ele, o que pode ajudar a mudar a impunidade é a federalização dos casos e a criação de defensorias públicas estaduais.

Há a cultura de que pobres e negros não são gente. É muito difícil a polícia reagir. Ou a gente fala que não pode matar, ou então não há saída.

A federalização é um dos elementos que ajudaria e daria maior liberdade de investigação”, disse o padre.

A comissão tem como prioridade dar continuidade aos processos judiciais e inquéritos contra os policiais envolvidos em grupos de extermínio, desaparecimento forçado, ameaças e outras violações dos direitos humanos, além de garantir a integridade física do padre Geraldo.

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