segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Vamos permanecer, diz indígena de acampamento alvo de ataque em MS

Há duas semanas, índios tiveram acampamento queimado em Iguatemi. Ministério Público Federal abriu inquérito para apurar autoria do ataque.


Crédito:
 Vamos permanecer, diz indígena de acampamento alvo de ataque em MS
Duas semanas após o ataque ao acampamento de um grupo indígena da etnia Guarani-Kaiowá na zona rural de Iguatemi, a 466 quilômetros de Campo Grande, o clima ainda é de tensão e medo entre as 55 famílias provisoriamente instaladas às margens de uma estrada vicinal. O relato foi feito por telefone ao G1 pelo líder indígena Hide.

"Não vamos brigar com os fazendeiros, só queremos nossa terra e vamos permanecer", disse o líder indígena referindo-se ao processo de demarcação da terra indígena Pueblito Kue.

Após o ataque registrado em 23 de agosto, quando parte do acampamento foi incendiado, o grupo mudou-se para as margens de uma rodovia estadual. O local também é próximo de um rio que delimita a Terra Indígena Sassoró. Mesmo assim, segundo Hide, as ameaças continuaram. "A gente não tem mais lona e usa palha de coqueiro para se abrigar, mas o pessoal vem à noite e derruba tudo", conta o líder indígena.

Tonico Benites, intérprete da língua guarani e que tem dialogado com os indígenas acampados em Iguatemi, relatou que no último fim de semana o grupo ficou praticamente isolado. "A estrada foi bloqueada e alguém derrubou a ponte móvel que servia para abastecer o acampamento com comida. As autoridades já foram avisadas sobre o que está acontecendo lá", afirma.

O Ministério Público Federal abriu inquérito para apurar as denúncias de ataque e analisa materiais colhidos no local do ataque. Em vistoria, a Polícia Federal havia encontrado aproximadamente 20 balas de borracha deflagradas.

http://www.portalms.com.br/noticias/detalhe.asp?cod=959617249